Dezembro 9, 2024
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Cheira a Lisboa na pastelaria mais antiga de Paris

Paris, a cidade luz, é conhecida pela gastronomia requintada e diversa, mas há um cantinho especial que traz os sabores e aromas portugueses para os parisienses: a Pastelaria Belém. Localizada no número 47 da rua Boursault, esta é a pastelaria portuguesa mais antiga da capital francesa, com uma história que atravessa 50 anos e com um leque de clientes fiel que abrange várias nacionalidades.

Fundada há meio século, a Pastelaria Belém tem sido um ponto de encontro para os amantes da gastronomia portuguesa. Desde 14 de janeiro de 1999, é dirigida por Natália Martins, uma dedicada empresária que trouxe consigo a essência e a tradição da culinária portuguesa. Nascida em Bragança, Natália mudou-se para Paris em 1988 e, cerca de dez anos depois, assumiu a responsabilidade de manter viva a herança gastronómica da pastelaria. “Temos franceses e italianos que gostam muito do nosso café, do Delta. Mais recentemente, temos também bastantes jovens porque, todas as sextas-feiras, é promovido o encontro dos amigos, onde servimos sangrias, caipirinhas e tapas portuguesas, como moelas, pica-pau, bifanas ou pregos”, conta Natália. Este ambiente acolhedor e vibrante atrai uma diversidade de clientes, desde lusodescendentes até parisienses curiosos e turistas.

O coração da pastelaria é, sem dúvida, o pastel de nata. “Quando os estrangeiros descobrem o pastel de nata, não querem outra coisa. Quando vão de férias para Portugal, assim que regressam, visitam a nossa pastelaria”, afirma Natália com um sorriso. Este doce típico, com massa folhada crocante e recheio cremoso, tem um apelo universal que transcende fronteiras.

Além dos pastéis de nata, a Pastelaria Belém oferece uma variedade de delícias tradicionais portuguesas, como Bolas de Berlim, Pães de Deus e Travesseiros de Sintra, mas a pastelaria não se limita aos doces. Todos os dias são servidos pratos típicos portugueses, como frango assado, bacalhau à brás e polvo grelhado. Este compromisso com a autenticidade é reforçado pelo uso de matéria-prima importada diretamente de Portugal, o que garante que cada dentada seja uma verdadeira viagem culinária ao país lusitano.

Natália revela que, após 25 anos de dedicação à pastelaria, já começa a pensar na reforma. “Estou a pensar daqui a um ano ir para a reforma e depois veremos”, diz, com uma mistura de nostalgia e esperança. Esta transição marcará o fim de uma era, mas também o início de uma nova fase para a Pastelaria Belém, que continuará a ser uma embaixadora dos sabores portugueses em Paris.

A popularidade da pastelaria entre os jovens é um reflexo de como a gastronomia portuguesa está a ser redescoberta e valorizada pelas novas gerações. Todas as sextas-feiras são especialmente animadas, com a promoção do “Encontro dos Amigos,” onde são servidas bebidas típicas e petiscos que trazem um pedaço de Portugal para os clientes. Este evento semanal não apenas celebra a gastronomia, mas também promove a cultura e a convivência, ao fortalecer os laços entre a comunidade lusodescendente e os locais.

A Pastelaria Belém é mais do que um local para saborear delícias, é um ponto de encontro cultural, onde as tradições portuguesas são mantidas vivas e partilhadas com uma clientela internacional. Natália tem sido a guardiã desta tradição, ao garantir que cada produto é feito com o mesmo cuidado e paixão que se encontra nas cozinhas portuguesas.

Os clientes, sejam eles franceses, italianos ou portugueses, encontram na Pastelaria Belém um pedaço de casa. A familiaridade dos sabores, o aroma do café Delta e o acolhimento caloroso de Natália e a sua equipa, fazem deste estabelecimento um verdadeiro lar longe de casa para muitos. É um testemunho da capacidade da gastronomia de transcender barreiras culturais e geográficas, ao unir pessoas à volta da mesa.

A Pastelaria Belém não é apenas um lugar para saborear, é um espaço onde a cultura portuguesa é celebrada diariamente. Através dos doces e pratos tradicionais, traz um pedaço de Lisboa para a vibrante e multicultural cidade de Paris.

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