Janeiro 24, 2025
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Pimenta e Ana Cabecinha serão os porta-estandartes de Portugal

O canoísta Fernando Pimenta e atleta Ana Cabecinha vão ser os porta-estandartes de Portugal na Cerimónia de Abertura de Paris2024, anunciou hoje o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, numa receção no Palácio de Belém.

Fernando Pimenta, que vai para a quarta participação olímpica, foi medalha de bronze em K1 1.000 metros em Tóquio2020, depois de ter conquistado a prata em K2 1.000 metros ao lado de Emanuel Silva em Londres2012.

O canoísta de 34 anos irá partilhar a honra de ser porta-estandarte da Missão portuguesa na Cerimónia de Abertura, agendada para 26 de julho, com a marchadora Ana Cabecinha, que em Paris2024 somará a quinta presença em Jogos Olímpicos ao competir nos 20 quilómetros marcha.

PR está grato a atletas e quer que sejam embaixadores de Portugal e da paz

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou hoje gratidão aos atletas portugueses que vão estar nos Jogos Olímpicos Paris2024, pedindo-lhes que sejam embaixadores de Portugal e da paz.

Durante a receção aos atletas apurados para Paris2024 nos jardins do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa usou três palavras para lançar o seu discurso, “gratidão, Portugal e paz”. “Gratidão a todas e a todos que nos últimos três anos tudo fizeram para estarmos como estaremos em França para defender Portugal e para promover a paz”, disse o chefe de Estado, garantindo que os atletas que “lutaram, lutaram, lutaram”, mas não conseguiram o apuramento estão no seu pensamento.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que este ciclo olímpico foi de apenas três anos, depois de Tóquio2020 ter sido adiado um ano devido à covid-19, “três anos difíceis, três anos atravessados no mundo por guerras, ainda na ressaca da pandemia, com crises económicas, financeiras, sociais e políticas”. “E, depois, gratidão aos que vão representar Portugal em França, representam Portugal, representam cada um de nós, cada um dos portugueses e cada uma das portuguesas. E essa gratidão é total. E olhando para os atletas e as atletas, as atletas e os atletas que temos aqui, que honra e que orgulho ter-vos como portadores da mensagem da nossa pátria”, afirmou.

A segunda palavra usada por Marcelo Rebelo de Sousa foi Portugal, lembrando que os atletas vão representar “a bandeira, a pátria, o passado, o presente, o futuro”. “É isso que está certamente presente na vossa luta, na vossa entrega, na vossa devoção, na vossa presença nestes Jogos Olímpicos. […] Certamente estareis a lutar por Portugal, a projetar Portugal, a projetar Portugal em França, onde uma comunidade enorme, enorme de portuguesas e portugueses, há muitas décadas, todos os dias constrói Portugal. Onde há uma portuguesa ou um português, aí está Portugal, aí se constrói Portugal”, afirmou.

Como os Jogos Olímpicos são globais, o Presidente da República considera que “todo o mundo estará presente em Portugal”, “com uma mensagem de paz”, acreditando que cada um dos atletas “é mais do que uma embaixadora ou um embaixador de Portugal, é uma embaixadora e um embaixador de um Portugal construtor da paz”.

“Num mundo que é um mundo de ódio, um mundo de desavença, de intolerância, às vezes indiferença, de confronto, de guerra, Portugal quis ser, quer ser portador da mensagem de paz. Nós somos, desde sempre, plataformas entre oceanos, continentes, e tentamos ser, melhor ou pior, mas tentamos sempre ser portadores dessa mensagem, dessa abertura de avenidas de paz”, reforçou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa essa paz “significa o respeito pelas pessoas, o respeito pela dignidade das pessoas, o respeito pelos direitos das pessoas, o respeito pela tolerância e pela compreensão, o respeito pelo diálogo, o respeito por uma visão fraterna, universal”.

“[Será uma missão] Bem-sucedida no ir além, mais alto, mais forte, mas também mais aberto, mais compreensivo, mais dialogante, mais compreensivo, mais dialogante. Temos a certeza que os objetivos que cada qual de entre vós fixou a si próprio ou a si própria serão atingidos e superados. A própria presença nestes Jogos Olímpicos representa isso”, referiu.

O Presidente da República deixou ainda elogios ao atual e anterior Governo, porque esta “é uma missão nacional”, em que todos estão “unidos e gratos” aos atletas, realçando o papel do presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino.

“Estes atletas não precisam desse exemplo, mas se precisassem do exemplo de alguém que tem demonstrado na sua vida, de forma constante, persistente, uma capacidade de lutar sem limites, teriam em si o exemplo”, assegurou.

Os Jogos Olímpicos Paris2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto, com Portugal a estar representado por 73 atletas em 15 modalidades.

Receios de segurança não foram esquecidos na apresentação da Missão

As preocupações com a segurança pairaram hoje no discurso de Marco Alves na apresentação da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Paris2024, que reuniu parte dos 73 atletas que vão representar o país numa cerimónia em Lisboa. “Não escondemos que estes Jogos são organizados num contexto geopolítico difícil”, notou o chefe da Missão portuguesa, antes de mencionar “os conflitos que assolam o mundo”, mas também os ainda desconhecidos “efeitos do ato eleitoral de domingo” em França no decorrer da competição.

Marco Alves discursava no Museu Nacional dos Coches – Picadeiro Real, em Lisboa, aconselhando a delegação lusa a ser vigilante e responsável. O chefe de Missão destacou o facto de Portugal ir ter em Paris2024 “a maior representação feminina de sempre” entre os 73 apurados, dos quais “mais de metade cumpre o sonho olímpico pela primeira vez”. Marco Alves tinha iniciado a sua intervenção agradecendo ao presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) “por mais uma vez confiar” na sua equipa para levar o país aos Jogos Olímpicos.

Por ordem alfabética, os 15 desportos que literalmente levarão a bandeira de Portugal a Paris2024 desfilaram pelo palco instalado no Museu Nacional dos Coches, com a representação mais numerosa, a do atletismo, a ser a primeira, seguindo-se Vanessa Marina, responsável por qualificar o país para a estreia do breaking em Jogos Olímpicos.

Houve modalidades que se apresentaram com todos os seus qualificados, como o equestre, a ginástica ou o skate, enquanto outras, como o judo ou a natação, surgiram desfalcadas, e o triatlo e a vela sem os seus apurados, todos em estágio para preparar a entrada em competição.

Uma coisa comum a todos foi o sorriso rasgado com que receberam das mãos de Marco Alves a bandeira, que será ‘hasteada’ nos seus quartos na Aldeia Olímpica.

Depois, a presidente da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) evocou os 12 Trabalhos de Hércules para incentivar a Missão Portuguesa, a ir “mais rápido, mais alto e mais forte”.

“É esta a missão que os nossos atletas levam até Paris, sobretudo no mundo em que nos encontramos, tão conturbado e incerto no que à paz diz respeito. O COP e a CAO, cientes deste contexto, encontram-se, à imagem do construtor do Estádio Olímpico, procurando sempre criar as melhores condições para que a beleza do desporto vença e se sobreponha ao que se apresenta de negativo e nefasto neste mundo”, declarou Diana Gomes, antes de recordar: “Estaremos sempre convosco”.

Numa cerimónia curta, o momento mais informal aconteceu na apresentação de “A minha bandeira”, a música que será a banda sonora da Missão portuguesa em Paris2024, trauteada no palco pelas atletas Cátia Azevedo e Mariana Machado, pelo nadador Miguel Nascimento, e pelas judocas Catarina Costa, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes e Bárbara Timo.

Feita a foto de família, estava oficialmente dado o tiro de partida para os Jogos Olímpicos Paris2024, que irão decorrer entre 26 de julho e 11 de agosto.

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